Páginas

sexta-feira, 26 de julho de 2013

Culto Doméstico com crianças pequenas

Desde que comecei a levar meu pequeno à Escola Dominical tenho sido voluntária do departamento infantil. No entanto, num desses domingos tive que substituir  o professor numa classe de senhoras e a lição era sobre o culto doméstico. Falei um pouco da experiência positiva que esse momento devocional familiar teve em minha infância e de como foi importante pra mim nos primeiros dias de vida de Benjamin já começar a demarcar aquele momento enquanto eu o ninava antes de dormir.

No fim da aula, fui procurada por uma mãe de aluninhas minhas me perguntando como fazer o culto doméstico com crianças pequenas. Fiquei admirada quando outras mães também vieram e confessaram que, apesar de terem crescido em lares cristãos, não tiveram em sua infância nenhum incentivo a atividades devocionais. Elas me pareciam querer começar pra ontem o ensino da disciplina e prazer devocional a seus filhos. Não que eu seja especialista no assunto, mas usei a experiência da minha infância e a recente como aprendiz de mãe para falar algo que pudesse ser um ponto de  partida para que elas pudessem trabalhar com seus filhos.

Comecei o culto doméstico com meu filho porque queria demarcar aquele espaço em nossa vida desde o começo. Em vez de chamar o boi da cara preta, eu preferi cantar músicas que me confortaram durante minha infância, dizer versículos curtos e orar por ele que só me olhava. Depois de um ano de idade , ele já respondia participando. Alguns vão dizer que é lavagem cerebral ou assedio religioso precoce. Não é!!! Alguns acham importante inserir seus filhos nas tradições do folclore, do pensamento budista, da tradição afro-brasileira. Se deixarmos de lado as questões espirituais, eu responderia a estes que a herança de tradições de minha família é cristã. Pronto! Faz sentido? Pra mim faz!!! Eu tenho um prazer tremendo em responder a estes senhores que acham a fé desprezível e ainda falam em diversidade!!!

Algumas razões porque gosto do culto da família seguem abaixo. Destaco que elas não estão listadas por ordem de importância.
1-  Ajuda a inserir a criança no contexto da cultura cristã. No culto doméstico, eles aprendem os cânticos de nossa tradição, a forma de liturgia e o linguajar próprio usado no culto do segmento cristão a que pertencemos. Não é um mero formalismo é uma introdução à experimentação de um modo de exercer a espiritualidade e de estar na comunidade dos fieis que abraçam a nossa fé.
2- Cria um vínculo de comunhão entre os membros da família. Fortalece a ideia de um momento diário juntos.
3- Torna a oração uma prática e ensina as crianças a dividirem seus anseios e necessidades com os outros. É lindo ver um pequeno chegando e pedindo oração por uma tia que notou triste, acredite!!!
4- Treina a disciplina devocional.
5- Proporciona experiências inesquecíveis de orações respondidas e momentos de comunhão com Deus na família.

Se você for estabelecer uma rotina de culto familiar é importante que observe a idade de seus filhos e que veja o melhor momento do dia pra fazê-lo. Lembre-se que nunca é cedo demais. Não esqueça também de incluir a participação efetiva das crianças.

Vou dar um exemplo de um roteiro de culto doméstico. Neste caso, o mesmo é feito antes de dormir. Você pode escolher a melhor hora para os seus.
1- Historia bíblica: você pode trabalhar uma temática. Escolher um livro ou lição que tenha uma seqüência e trabalhar por dias. Existem livros infantis que tratam do sermão do monte, trazendo as bem-aventuranças para o contexto da criança. Há também os que tratam de um ou outro salmo especifico. Eu gosto de diferenciar a história bíblica na devoção familiar das lições bíblicas trabalhadas ao longo do dia.  Tento tratar a história ou lição bíblica como se fosse uma especie de mensagem do culto.
2- Cânticos: alternando cânticos infantis com aqueles do hinário de sua tradição. Acredito que quando as crianças são maiores já podemos trabalhar com ela o sentido das letras. Enquanto não, quando cantarmos os cânticos tradicionais estamos introduzindo nossos filhos na herança que recebemos e nos faz bem.
3- Pedidos de oração:  estimule as crianças a fazerem isso. Cada membro do culto pode escolher alguém pra orar no dia. Compartilhar pedidos pessoais é muito bom. Os pequeninos podem fazer pedidos que soem estranhos, dependendo da fase que vivenciem. Ex.: orar pelo boneco, etc. Neste caso redirecione o pedido e explique.
4- Oração: ore ou peça a uma das crianças que o faça. Com os pequenos deve ser curta. Agradeça fatos do dia, coisas que a criança fez e gostou, etc. Ore pelos pedidos e encerre com palavras de louvor. Use um linguajar que eles entendam.
5- Recapitule versículo que esteja ensinando
6- Faça um encerramento.
Este roteiro pode facilmente ser desenvolvido em 10 ou 15 minutos.

Não espere, comece!!!  Você aprenderá o jeito de fazer, enquanto faz.

quarta-feira, 24 de julho de 2013

Aproveitando ingredientes (parte 1)...Bananas maduras

Que o príncipe da paz encha nossos lares com sua gloria!  E que das nossas cozinhas saiam coisas bem práticas e gostosas como a receita de que vamos falar. Ela me foi ensinada por uma pessoa amiga, irmã Socorro, e nunca mais saiu da lista das mais requisitadas da minha humilde e pequena  cozinha. Além de tudo, é tudo que uma mãe com pirralhos precisa: rápida, simples e prática!


Hoje recebi uma mensagem sobre o valor nutricional das bananas bem madurinhas. Coincidentemente, eu estava querendo postar uma sequência de receitas sobre como aproveitar certos ingredientes que podem facilmente ir parar no lixo de algumas casas. Eu não sei se você é como eu, mas eu tenho muita pena e sentimento de culpa quando estrago comida. Por essa razão, aqui em nossa humilde cozinha de aprendiz de cozinheira, as sobras sempre se tornam algo novo, a não ser quando são doadas ou quando eu esqueço que estão na geladeira. Mania passada de minha mãe para mim. Então, arroz, cuscuz, macarrão, sobras de carne, frango, feijão e peixe são sempre aproveitadas, dentre tantas coisas...

Muita coisa mesmo pode ser aproveitada na cozinha! Pão amanhecido pode virar rabanada (isso eu nunca fiz, confesso), vários tipos de torrada (aqui em casa elas fazem sucesso), pudim de pão, sanduichão de forma, etc. Banana muito madura pode ser consumida, mas se seus pequenos e até os grandes torcem o nariz para ela, você pode fazer cartola, doce de banana, geleia de bananas, vitamina de banana e até um bolo bem gostoso pra comer sozinho, ou se os seus são amantes do sorvete,  com sorvete de creme ou de banana caramelada.


Hoje, pretendo começar uma sequência de receitas sobre como aproveitar bananas muito maduras. Se em sua casa elas vão para o lixo ou se você quer simplesmente aproveitá-las, eis aqui uma dica.


Bolo de Banana da irmã Socorro

Ingredientes:

12 bananas maduras previamente machucadas com o garfo (podem ser aquelas muito maduras), 2 xícaras de açúcar (gosto de usar demerara ou mascavo), 150 gramas de manteiga ou margarina em temperatura ambiente, 3 ovos grandes, 3 xícaras de  farinha de trigo, 1 colher (sopa) de fermento em pó e 1 colher (sopa) de bicarbonato de sódio. Se você gostar de canela como eu gosto, acrescente uma colher (chá)de canela em pó e verá que delícia!!! Além do cheirinho quando está no forno.Hummm...deu fome!

Modo de preparar:
Unte a fôrma e pré-aqueça o forno em temperatura média. Bata o açúcar com a manteiga e os ovos até formar um creme. Acrescente, aos poucos, a banana continue batendo até ter uma mistura homogênea. Misture os ingredientes secos  e bata novamente e delicadamente. Passe a massa para  a fôrma untada e leve  ao forno. O bolo está bom quando estiver escurinho e você espetar com uma faca e a massa não sair crua. 

Sim, se você só faz bolo na batedeira, este bolo deve ser batido à mão, para preservar a integridade das bananas machucadas. E se você achou estranho, ele não leva mesmo liquido algum, mas fica bem molhadinho!!!


p.s: Desculpem a foto da fatia solitária é que quando resolvi fazer o post só tinha essa fatia e ela estava prestes a ser consumida pelo comilão Jr da casa, o pequeno Ben. Desde já aviso que as boas fotos desse blog só sairão  da mão do marido ou da minha amiga Adna Souza, pois eu não sou boa fotografa como eles. É só olhar minha fatia solitária na frente dos meus talheres. Portanto, a foto é apenas pra acreditar que o bolo existiu! 


segunda-feira, 22 de julho de 2013

O brincar e suas etapas nos primeiros 2 anos de vida

 Um dos poucos assuntos no universo infantil que talvez não gere tantas controvérsias é a importância da brincadeira no desenvolvimento. A brincadeira serve como forma de aliviar tensões e conflitos, além de desenvolver habilidades cognitivas e sociais, dentre  tantas coisas que podem ser destacadas. Além de tudo, brincar é divertido. 

Piaget, em sua vasta obra sobre o desenvolvimento infantil, destaca a forma como as brincadeiras e a exploração do ambiente se tornam o nascedouro das habilidades intelectuais da criança. Não é a toa que sua teoria tem como marco inicial a observação de seus três filhos Jackeline, Lucienne e Laurent em seu cotidiano, especialmente em suas atividades infantis . Acredito que toda mãe reconhece na brincadeira uma atividade importante, embora no início da vida de nossos pequenos nem sempre saibamos por onde começar. Acredito que a melhor escola pra toda mãe é se permitir aprender com seus próprios filhos e não se limitar a conceitos, embora seja importante observar coisas como a segurança das crianças pequenas nas atividades que propomos.     No entanto, acho que algumas instruções relativas às faixas-etárias podem ser um bom inicio no planejamento das atividades lúdicas. Seguem algumas sugestões de acordo com a idade das crianças, porém elas não devem limitar  sua criatividade. Até porque nosso papel é propor o novo para que assim novas possibilidades possam ser abertas e novas coisas descobertas e novas questões e desafios possam surgir. Vamos então ás sugestões:



- Até os seis meses:  Este é o período conhecido como sensório motor, pois praticamente a criança descobre o poder dos movimentos e explora o mundo a partir das possibilidades abertas por seus sentidos. No primeiro mês de vida, é provável que o bebê apenas explore o mundo com suas mãos e boca. Depois você perceberá que o bebê já acompanha imagens com os olhos  e aumenta sua base de movimentos. O próprio corpo se torna um brinquedo. Quem nunca viu seu bebê com o pé na boca? Neste momento mordedores e objetos que seu filho possa explorar a textura com a boca são bem-vindos desde que, obviamente, estejam bem higienizados. Brinque com seu filho, ajudando-o em sua relação com seu corpo. Quando for pegá-lo no berço, por exemplo, movimente suas pernas enquanto fala suavemente, toque nas partes de seu corpo cantando musiquinhas que ensinem os nomes dos membros do corpo. Posicione-se perto do berço e  chame-o até que ele o localize visualmente. Brinquedos que fazem barulho ou você mesmo emitindo som são também uma boa pedida. Obviamente que tudo deve funcionar com suavidade e moderação. Nesta etapa inicial, móbiles e outros atrativos visuais serão bem-vindos à medida que a capacidade visual do bebê é aumentada. Depois, prepare-se para ver seu filho testando os movimentos que pode causar a seu redor. Nesta fase, por exemplo, muitos bebês começam a gostar de atirar coisas no chão.  O som de um martelinho, cubos coloridos e tudo que se movimente tem um apelo especial. Por volta dos seis meses você notará muitas novas aquisições no jeito de brincar dos pequenos.




- De 6 a 10 meses: Nesta fase o bebê já terá um arcabouço maior de experiência com seu ambiente. Jogos de encaixe que tenham peças grandes, brinquedos que emitem sons podem ser fonte de aprendizado e entretenimento para seu pequeno. Esta também é a hora de oferecer brinquedos que estimulem o bebê a sentar sozinho e para introduzir livrinhos se você ainda não o fez. Existem livrinhos de pano, plástico e borracha feitos para esta faixa-etária. Use brinquedos no banho, que nesta fase já serão de interesse da criança.






- Dos 10 meses a 1 ano: Nesta fase, se o bebê já começa a engatinhar, sua capacidade de movimentos já começa a se mostrar bastante ampliada e a exploração do ambiente se torna  uma atividade apreciada. A criança começa a movimentar seu corpo, aplicando os recursos motores que tem quando escuta uma música ou som. Nesta fase, a criança já aprimora uma capacidade que anteriormente foi desenvolvida, desde o inicio da vida: ela consegue interagir com adultos comunicando-se em turnos  na brincadeira ou respondendo com seu balbucio à fala. Por isso, há um crescente interesse nos movimentos dos adultos, havendo constante imitação e troca de papéis nas brincadeiras, sejam elas com ou sem objetos. Nesta fase brinquedos que proporcionem movimentos são bem-vindos, bem como atividades como puxar e esticar, além de rasgar papel. Brincar ao ar-livre se torna uma atividade prazerosa, bem como banhos com brinquedos coloridos. Uma atividade legal, quando ao ar livre é nomear objetos e coisas da natureza, despertando o interesse do bebê para a idéia de que existem palavras que são referencias a certos objetos.



- De 1 a 2 anos: Nesta idade é muito importante que a criança tenha brinquedos nos quais já possa empregar sua força física recém descoberta. Não precisam ser brinquedos caros: objetos com rodinha, brinquedos de pano que possam ser arrastados pelo chão, etc. Isto ajudará a criança a desenvolver seu equilíbrio e sua coordenação motora. Perseguir balões de festa e brincar com pequenas bolas são atividades que ajudam o pequeno a desenvolver-se cognitivamente, bem como em sua parte motora. Nesta idade, rabiscar se torna uma atividade interessante, desde que se tenha cuidado com material toxico.  Já é interessante nomear as cores e contar objetos, sem nenhuma pressão para que a criança aprenda. Você pode dizer frases curtas como:
 ``caminhão amarelo´´ e mesmo que seu filho ainda não tenha a capacidade de assimilar a informação, ele estará tendo uma nomeação demarcada. Contar não será uma atividade elaborada que permita ter a noção de quantidade, por exemplo, mas será um exercício de memória que permitirá ao bebê desenvolver sua memória e entrar no contexto cultural dos termos da matemática.

Bom estas atividades podem ser um inicio interessante, depois é só observar o curso de desenvolvimento  e seguir incluindo novas atividades de acordo com os novos interesses. Não esqueça de incluir cânticos infantis, versos curtos e outras atividades. Você vai se surpreender com as capacidades de seu pequenino.


Uma dica legal para inspirar você a brincar é  o livro 150 jogos para estimulação infantil editado pela Ciranda cultural. Nele você pode encontrar atividades para os pequenos até os 3 anos. O que eu acho bom nesta obra é que a maioria das brincadeiras propostas conta apenas com materiais acessíveis.

quarta-feira, 17 de julho de 2013

É só papai, mamãe!!


Hoje, enquanto olhava meu filho ir com o pai ao mercado, permitindo-me exercer algumas atividades mais longas que só consigo fazer quando ele dorme ou está em outra companhia, sorri por dentro, pois ao receber o convite, ele olhou pra mim e disse: "eu vou com papai, tá mamãe? Daqui a pouco eu volto!". Fiquei sorrindo pensando que para nós, mães que assumem a dianteira no cuidado dos filhos, nem sempre é tudo tão simples assim. Há um momento na maternidade em que há uma ligação de amor que nasce das primeiras trocas afetivas entre a mãe e seu bebê que é significativa e transformadora. Não estou romantizando a maternidade, em certos momentos ela desafia qualquer visão holiwoodiana ou mesmo puramente romântica. Como tudo que Deus faz, eu creio que a maternidade nos dá pequenos e grandes confortos e alegrias, mas também nos desafia o tempo inteiro. Tendo dito isso, deixe-me prosseguir no meu argumento. Falava do laço de amor e aprendizagem de lugares afetivos que nasce das primeiras trocas entre a mãe e seu bebê, quando ocorre em um contexto minimamente saudável.


Um dia um aluno me questionou quando apresentei um estudo sobre as primeiras trocas entre mães e bebês, dizendo que este estudo estava filiado a uma matriz de pensamento judaico-cristã que situa a maternidade como sagrada tendo como protótipo Maria, blá blá blá... Respondi àquele aluno que isso não invalida certos pontos que expus naquela hora: no dia em que um homem der leite paterno naturalmente, ponderei, poderemos desconsiderar certas coisas. O contato inicial da mãe com a criança, em condições regulares, pode situar certas coisas como sendo da ordem natural. Sei que este pensamento me afasta do tipo de ideia que está na moda hoje em dia, em que se atribui tudo à criação humana e cultural. Não desconsidero o papel social e histórico nas formas de significação da realidade, apenas acho que há coisas dadas na natureza que são o começo de tudo. 


O que creio, com base numa série de estudos que poderia citar e acima de tudo nas minhas convicções cristãs, é que os elementos iniciais para uma relação são dados no nascimento. Há, por exemplo, estudos que mostram como o recém-nascido reage fisicamente diferente ao toque de uma outra pessoa e ao próprio toque. Esse outro a quem a criança passa a reagir é a mãe, quando esta está disponível no começo da experiência do nascimento, até mesmo pela própria satisfação das necessidades que primeiro são biológicas e depois se tornam afetivas e sociais, tanto da parte do filho como da mãe, quando esta se permite viver esse vínculo que não é automático, embora seja natural a não ser em condições adversas. 


No entanto, embora hoje se evite falar tanto nisso, essa relação tão singular que se constrói no conhecimento mutuo que nunca acaba, carece que exista mais alguém na relação. A mãe não foi criada por Deus para ser o mundo da criança! Ela foi convocada pelo Divino Planejador para amar seu filho e introduzi-lo no mundo, aprender com ele a ser mãe, pois creio que cada criança nos convoca à maternidade confrontando nossos defeitos e nos fazendo rever nossas ideias no espelho divino. Alguém precisa se fazer presente nessa relação tão dual. É, então que surge a necessidade do pai na vida da criança. Um outro jeito de acalentar, de acalmar, de mostrar a lei e o limite. Um outro jeito de brincar e de lembrar a nós mães que nossos filhos não são nossos, somos apenas aquelas que Deus designou para amar e educar esses pequenos. O pai permite a sua pequena filha encontrar alguém que lhe oferece a diferença real, inscrita no corpo e forma de funcionar. Já o menino precisa de alguém que o desafie e lhe ofereça um corpo maior mas semelhante ao seu. Porém este momento não é fácil e é constantemente desafiado por duas possibilidades de que ele não ocorra, a impossibilidade imposta pela própria mãe e a atual descrença e bairrismo a que o masculino tem sido submetido em nossa sociedade.


 Deixe-me conversar com você sobre o primeiro caso, desta vez vou dar um exemplo de um paciente que tive quando ainda atendia na clínica. O garoto veio com um diagnóstico de transtorno de atenção e hiperatividade. Logo de cara, enquanto entrevistava os pais, desconfiei daquele diagnóstico. O menino passou o tempo todo em nossa conversa montando um castelo minuciosamente com base no encarte do jogo de montar que estava disponível no consultório. Perguntei aos pais se o comportamento da criança variava em diferentes ambientes, já que eles se queixavam duma indisciplina bastante recorrente e uma agressividade extrema, especialmente com o pai, de quem a criança não aceitava o mínimo cuidado, limite ou mesmo afeto. Os pais logo me disseram que a única a quem a criança atendia era a mãe. O que vi daquele atendimento em diante foi uma mãe trancando o filho numa relação com ela, onde não cabiam outros. Estava, sem perceber, por inúmeras razões adversas do nascimento dessa criança e por necessidades outras suas, satisfeitas na relação errada, trancando o filho na relação impenetrável com ela e deixando o pai de fora. Quando isso começou a ser trabalhado, desde pedidos de que o pai trouxesse a criança ás consultas até outras sugestões construídas na relação, as coisas começaram a mudar e outros adultos entraram na vida do pequeno Guilherme. Ele só precisava que o pai pudesse ser seu pai e abrisse a porta para a vida social. 


Eu sei que muitas de nós passamos a maior parte do tempo com as crianças. Eu sei que temos aquela sensação que sabemos melhor que qualquer um entender nossos filhos. Sei também que muitas vezes nossos cuidados primorosos e detalhistas podem ser substituídos rapidinho por uma praticidade pouco detalhista... podemos dialogar sobre isto com nossos maridos, mas não devemos impedi-los de serem pais, sobre o risco de transformarmos o amor em posse e prejudicar nossos filhos. 


 Deixe-me agora falar da forma como a mídia e os acadêmicos de alguns grupos tem desprestigiado e mesmo ultrajado o universo masculino em nossa sociedade. As piadas sobre homens os traçam como seres pornográficos, sujos, cheios de hábitos de descortesia e falta de educação. Quando um homem é educado, cortês e prioriza sua família é tratado e nomeado como alguém que tem natureza feminina. Mulheres são lançadas a uma guerra por poder, muitas vezes a aceitam porque parecem combater as dores vividas em suas experiências anteriores, em vez de abrirem o peito para tratar a dor, ensinam seus filhos e filhas a olharem com desdem o mundo masculino.As casas se transformaram em cenários de guerra pelo poder. Mães educam suas filhas para olharem os maridos como inimigos descartáveis que devem ser fragilizados. Não há mais espaço para a parceria produtiva que Deus criou e as crianças sofrem. Por outro lado, a sociedade produz garotões imaturos nos quais só crescem os bíceps e em quem não há um minimo de senso de responsabilidade paterna. Lançam a suas esposas o fardo de serem mães e pais, ou se aliam às esposas e lançam o fardo à babá, usando os filhos apenas quando estes podem ser parte da exibição. Garotões mimados pelos papais e seus cartões de crédito, que não sabem o valor do trabalho honesto e das responsabilidades adultas. Crise paterna!!! 


Vou fechar esse post relembrando o dia em que eu quis me meter no passeio de meu pequeno com o pai. Eu confesso que achava que minha presença seria de ajuda. Meu filho olhou com desgosto e disse: "não mamãe! Pro posto é só Benjamin e papai!!! A gente brinca quando voltar". Fiquei enciumada! Meu marido tinha no rosto um sorriso de conquista e disse: "é só passeio dos meninos, não é?" Ele concordou com a cabeça que sim. Eu me calei. Vi que meu filho estava precisando de um momento dos rapazes e eu desfrutei de alguns minutos de tranqüilidade e leitura e aprendi que há momentos em que é só papai que conta. Então, deixemos nossos filhos descobrirem que existe amor, limite e afeto além da mamãe. Talvez seu marido precise de sugestões carinhosas, pois ache que não sabe interagir com os filhos, mas deixemos que os pais e os filhos se descubram e não tiremos de uma criança com amargura e magoas não resolvidas o direito de amar o pai.

sábado, 13 de julho de 2013

Citação inspiradora...Bom domingo!!!



`` Não há investimento seguro. Amar, ao final, é estar vulnerável. Ame qualquer um, e seu coração certamente será retorcido e possivelmente quebrado. Se você quer mantê-lo intacto, não deve dar seu coração a ninguém, nem mesmo a um animal. Embrulhe-o cuidadosamente com passatempos e pequenas luxurias; evite todo tipo de envolvimento; tranque-o e guarde-o num pequeno cofre ou no caixão de seu egoismo. Porém no cofre- seguro, escuro, sem movimento, sem ar- ele será modificado. Não se quebrará; ele será inquebravel, impenetrável, irremediável (...) O único lugar além do céu onde você pode estar totalmente  seguro dos perigos e das perturbações do amor é o inferno.´´

C.S.Lewis

Amar não é algo que gira em torno de nós mesmos e como nos sentimos. O amor verdadeiro gira em torno das ações e escolhas que decorrem da decisão de amar. O amor não é fugaz como os sentimentos...embora ele gere sentimentos, não se limita a eles!!!

O amor é paciente e generoso e acima de tudo não é egoista, nem busca seus interesses privados, mas sempre o bem comum. Este é o grande desafio de quem luta pelo bem comum de sua familia. Bom domingo!!! Que estejamos vulneráveis a amar!!!

Vamos ler I Corintios 13
Bom domingo!!!

As dicas de Susana Wesley para educação dos pequenos

Bom dia!

Aqui vai um post rápido de dia de sábado.São algumas regras de Susana Wesley aplicadas na educação de seus filhos. Sei que muita gente tenta criar controversias em torno deste personagem do Cristianismo. No entanto, eu gosto da biografia desta mulher que criou os seus filhos sobre as mais dificéis circunstâncias.

Seguem as regras:

1- Não permita que as crianças comam entre as refeições e os lanches programados (E ela não foi ao nutricionista, ein???)
2- Coloque todas as crianças na cama por volta das 20 horas.
3- Estimule-as a entender porque tomam remédio e fazê-lo sem reclamar.
4. Não estimule a teimosia gratuita e implicante nas crianças, e desse modo, trabalhe em parceria com Deus para salvar a alma delas.
5. Ensine-as a orar assim que começarem a falar.
6. Ensine-os a serem reverentes na adoração em familia.
7. Não lhes dê nada em troca de calar o choro chantagista. Ensine-as a expressarem seus desejos  e se possível de maneira polida.
8. Para evitar mentiras, não puna a falta que é confessada com arrependimento.
9. Nunca deixe um ato pecaminoso passar despercebido.
10. Nunca puna duas vezes uma criança por uma simples ofensa.
11. Elogie e recompense o bom comportamento
12. Reconheça as tentativas de agradar, mesmo que sejam fracas.
13. Preserve os direitos de propriedade, mesmo nos menores assuntos.
14. Cumpra sempre todas as promessas que fizer a elas.
15. Não exija trabalho de uma criança antes que aprenda bem a ler (esta regra se aplica a um contexto diferente sobre o trabalho infantil)
16. Ensine as crianças a temerem a vara da correção

Traduzido e adaptado da obra Speaker´s Sourcebook, p. 50.



Receitinhas antigas parte 2...que saudades de vovó Rocha!!!

Bom dia a todos!!!!

Hoje acordei com um pé na cozinha. Acordei com muita vontade de fazer algo especial e lembrei de ir no meu pequeno acervo de livros e caderninhos de receita. Olhando daqui pra lá, vi um livrinho que guardo com muito carinho, pois foi de vovó Rocha, minha vovó adotiva.
Vovó Rocha faleceu quando eu tinha 16 anos. Como ela não tinha parentes, minha mãe e meu pai fizeram amizade com ela quando ainda eram solteiros e acabaram se tornando os filhos que ela não tinha.
Lembro da canja de galinha que ela fazia e que na casa dela sempre havia milhões de guloseimas deliciosas. Quando assim queriamos, ela nos mandava na barraca de seu Ivo (uma especie de mercearia que vendia de lâmpadas a biscoitos) comprar broa de milho e guaraná. Eita tempo bom!!!

O motivo dessa conversa é que quando as coisas pessoais de vovó Rocha nos foram entregues, por sermos as pessoas mais próximas e ela ter desejado assim em testamento,  eu quis um livrinho promocional do fermento Royal datado em 1950 porque nele havia muitas receitas.
Eu já gostava de enfiar o nariz na cozinha da minha mãe. A divisão de sobremesas, por exemplo, já era comigo!!!

Vejam o livrinho:


Percebam como está velhinho, mas tem verdadeiros tesouros nele...
Aqui vão as páginas que me inspiraram a começar com meus bolinhos caseiros, sobre o forte, mas carinhoso, estimulo da minha madrecita:


Pra não ficar só falando, deixem que eu poste uma receitinha que sempre estava presente em meus primeiros passos na cozinha. Eu agradeço muito a minha mamãe por ter me permitido entrar em sua cozinha e aprender com prazer! Melhor ainda, ela me ajudou a exercer minhas maluquices culinarias...rs

Vamos lá

Bolo Ouro
Ingredientes:
6 colheres (sopa) de manteiga,1 1/4xícaras de açúcar, 4 gemas- não juntas,  1 colher (chá) de essência de limão (essência e aroma não são a mesma coisa!!!), 1 1/2 de farinha de trigo, 1/2 xícara de araruta (pode ser substituido por amido de milho, na época eu penei pra descobrir isso, pois não havia Mr. Google), 1 colher (sopa) de fermento, 1 colher (chá) de sal e 2/3 de uma xícara de leite.

Modo de preparar:
Amasse a manteiga até ficar cremosa. Incorpore o açúcar aos poucos. Junte as gemas uma a uma, batendo bem após  cada uma e, então a essência.

Penere separadamente a farinha e araruta, adicione o fermento e o sal. Peneire tudo junto 3 vezes . Junte-os à mistura inicial, alternando com o leite. Bata bem e para levar ao forno use uma fôrma baixa, levemente untada e leve a forno regular por 35 minutos.

Para encrementar, outra receitinha do mesmo livro:

Glacê de Chocolate
2 1/2 Xícaras de açúcar, 2 colheres (sopa) de leite, 2 colheres(sopa) de manteiga, 1/2 Xícara de cacau em pó, 1 pitada de sal.
Misture tudo junto e coloque sobre fogo baixo, mexendo até engrossar. Tire do fogo, bata até ficar morno e, então, espalhe-o sobre o bolo já frio. 

Que tal arriscar e me dizer como ficou??? Esse bolo foi o primeiro que fiz deste livrinho. Eu lembro que fazia no sábado à noite pra a sobremesa do domingo e meu pai ia na geladeira e comia todas as cerejas confitadas que eu colocava pra enfeitar...quando eu ia cobrar de meus irmãos o estrago na decoração do bolo, ele sorria com o canto da boca e se entregava!!! Tempo bom!
Se você tem filhos pequenos e consegue ter um alto limiar de tolerância a bagunça, faça com eles!!!Cozinhar com as crianças é legal. Ainda me lembro quando era solteira e fazia pudim de pão com minha sobrinha. Ela gostava de quebrar os ovos e eu tinha que catar a casca dentro do liquidificador...ahahaha.
 Eu não vou poder fazer, pois descobri que meus ovos orgânicos foram embora na omelete de antes de ontém...quem sabe uma das mamães não  faz e me manda um pedaço??? Afinal grávidas desfrutam de certos mimos...rs


quarta-feira, 10 de julho de 2013

Quero criar um cavalheiro, não um troglodita !





Duas histórias me perseguem...
Cena número 1


Dona Leni, uma senhora idosa que gosta de discutir maternidade e temas afins, diz ofegante depois de uma volta do mercado:
- Eu preciso lhe contar o que vi! Eu estava no mercado e vi um cara fortão, desses que são musculosos e usam a camisa bem justa, com sua família no mercado. Ele, a esposa e duas crianças. Eram dois garotos assim, diz ela, mostrando com a mão o tamanho, a mãe ia na frente olhando o celular e ele com os dois atrás. O mais velho quase me atropelou e disse: sai da frente vó! O pai gritou: tá cego fulaninho!!! Olha pra frente peste! Quando eu fui pegar o pão, o menor estava tentando atropelar o mais velho com o carrinho de compras. O pai deu um grito nos dois. O mais velho gritou de volta no mesmo tom. O pai se abaixou e disse, contraindo um de seus musculosos braços: Eu te dou um tabefe e você cai sentado. Comigo a lei é do mais forte, enfatizou ele, olhando em volta para a pequena plateia que se formava para o pão quentinho.
Conta também dona Leni que não deixou de ter o infortunio de encontrar a familia novamente no caixa.  Novamente, os filhos se provocavam e brigavam. O Pai, mais uma vez, fez a sua intervenção dramatica, respondendo ao mais velho que se queixava do peteleco dado por seu irmão atrás da orelha. Outra vez o jovem senhor musculoso se impertigou e disse: Você é mais velho, resolva você mesmo! e virando-se para o menor disse: Quando ele te quebrar no chão, não reclama!
Minutos depois o pai resolveu se dirigir a mãe que, ainda olhando para o celular e teclando com velocidade não percebia que era a sua vez de ser atendida:
-Vamos! Só sabe passar batom e conversar no face! Disse ele dando um tapinha nela e sorrindo.
A essa altura, conta a idosa exaltada, a jovem mãe resolve abrir a boca e dizer algo. Olhando pra dona Leni:
-  Homens, disse sorrindo, todos iguais!!
A idosa conta irritada que pensou consigo:
-Homens nada!!! Um troglodita e seus pequenos aprendizes!!!

Cena de número 2
Aqui vou omitir alguns detalhes, pra preservar Maria, a babá envolvida na história. Eu estava num determinado lugar cheio de babás, onde além delas estavamos eu, outra mãe e uma avó. Maria e uma outra babá tinham, em oportunidades anteriores conversado comigo. Nessa ocasião, enquanto eu esperava por Benjamin, ela me disse, olhando ao redor e checando se havia alguém que pudesse nos ouvir:
-  Dona Ana preciso falar com a senhora. É sobre Carlinhos, sussurrou, referindo-se á criança que cuida. Ele bate muito nos coleguinhas. Lá no predio ninguém quer brincar com ele.
Fiz algumas perguntas pra me situar na rotina de Carlinhos, expliquei também pra Maria que eu sou psicologa, mas não podia analisar um comportamento assim. No entanto, logo entendi a situação quando perguntei como a familia do menino reagia aos seus ataques a outros.
- Quando ele bate num adulto, eles ficam mandando bater em outros e acham graça. Quando eu conto o que ele fez no parquinho, ele diz ‘foi! Eu meti porrada!' (Desculpem o termo) E todo mundo acha graça.
Ela me disse que amava Carlinhos, mas se sentia impotente para ajudá-lo. Conversei um pouco com ela e nos despedimos. Tive a impressão que aquela moça podia ser a única esperança pra evitar que aquele belo menino se tornasse o que aquela idosa chamou de troglodita.

Deixe-me fazer uma ressalva, sei que o termo troglodita tem sua raiz na história de povos antigos que viviam em cavernas.  Vou, no entanto, tomar a liberdade de fazer uso do termo no sentido comum. Deixe-me também dizer que acredito que pode existir um ser gentil por trás de um grandalhão parrudo.
Vou, no entanto, começar confessando que morro de medo de que em pequenos gestos cresça em meu filho um troglodita e que eu deixe de perceber. Quando lido com meu pequeno, a fala anasalada de dona Leni me persegue.
 Um dia estavamos saindo os três ou melhor os quatro, pois Beatriz já estava no meu ventre. Meu marido, com a gentileza que lhe é peculiar pegou as bolsas que eu carregava pra me ajudar. Benjamin querendo pegar carona no braço do pai se opos ao gesto dizendo:
- Papai, deixa a mamãe levar as coisas dela.
O pai argumentou e ele não aceitou. Então, eu me abaixei, olhei nos olhos dele e disse:
-Meu amor, o papai está ajudando a mamãe. Ele está sendo legal. É muito bonito quando um rapaz ajuda uma menina.
Ele respodeu:
- O papai é educado?
- Sim, respondi.
Eu não quero criar um troglodita! Cheio de força fisica e vazio de gentileza. Se Deus der vida a dona Leni, quero que meu filho abra a porta pra ela e a ajude com a sacola. Quero que como eu me apaixonei pela forma como meu marido ajudava sua mãe, alguém possa ver isso no meu filho.
Espero que Deus escute meu anseio!!!

P.S: Se você não aprecia a gentileza masculina e acha que as diferenças fisicas entre homens e mulheres não devem ser empregadas, pule este post! Não se ofenda. Ele não foi feito pra você!!!

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Enquanto você está crescendo




Enquanto você está crescendo, prefiro ouvir sua voz dizendo mamãe eu te amo que os aplausos do mundo por fama e conhecimento.

Enquanto você está crescendo, prefiro que sua alma ganhe sentido pra vida que ganhar mil almas pra Cristo e perder a sua. As mil almas vou me esforçar pra ganhar, mas a sua é o meu dever tentar conquistar!

Enquanto você está crescendo, vou correr atrás de lagartixas, sujar os pés no parquinho, procurar pedras diferentes e olhar uma minhoca tentando se mover. Isto vai ser mais importante que terminar o próximo artigo.

Enquanto você está crescendo, prefiro ser conhecida como a mamãe que senta ao seu lado no culto e abre a Bíblia infantil em que você acha acompanhar a leitura que subir no púlpito e dar um sermão ardente em fogo.

Enquanto você está crescendo, prefiro ter um pouco menos de roupas, menos idas ao salão, menos carros na garagem, mas ter a felicidade de ajudar você a crescer e ensinar a você que amor e carinho vale mais que brinquedos caros.

Enquanto você está crescendo não me importarei com os olhares arrogantes de quem acha que mães que carregam os filhos são seres monótonos e sem sentido, pois quando olho pra você, tudo faz sentido.

Enquanto você está crescendo errarei, mas meu objetivo será sempre dar o melhor de mim, pois num mundo em que o melhor que se dá aos filhos sempre envolve dinheiro, quero ensinar você a valorizar as pequenas coisas que duram para sempre.

Enquanto você está crescendo quero sentar com seu pai e ver o quanto você cresce a cada dia! Bater palmas quando você consegue fazer os números com a mão. Dizer parabéns quando você consegue fazer um espiral sozinho numa folha de papel com crayon.

Enquanto você está crescendo, vou aprender a cada dia que tempo não é dinheiro é vida! Vou ensinar a você o que aprendi de meus pais, que embora não vivamos de luz e vento e precisemos ganhar o sustento e certo conforto seja bem-vindo, há coisas que não se negociam.

Enquanto você está crescendo pensarei que no fim de tudo quero ouvir do mestre “servo bom e fiel”

Enquanto escrevo...você está crescendo!!


domingo, 7 de julho de 2013

Uma frase inspiradora



Os que crêem em milagres não estão negando a existência de normas ou regras, mas apenas sabem que elas podem ser suspensas. O Milagre é, por definição, uma exceção (...)
 C.S.Lewis  em Milagres 

***
Que vivamos milagres ao transpor com Deus as barreiras da nova semana que se apresenta! Bom domingo! Como dizia Benjamin quando era menor: Hoje é dia de Escola minimical...pra mim é mais fácil dizer dominical, mas crianças falam assim, eu desconfio, pra adoçar o nosso dia. 

P.S: os creditos do momento de alegra fotografado são do querido marido!

sábado, 6 de julho de 2013

C.H. Spurgeon- O Pescador de crianças

Bom dia a todos e que a paz real seja convosco!


Este post surge acompanhado de uma caneca de chá quentinha e de alguns dos meus livros prediletos. Enquanto o pequeno dorme e descansa dos efeitos de uma boa caminhada ontém à noite com a vovó mais agitada do planeta, dona Judite, eu  resolvi ler um pouco já que hoje é sábado (dia de desfrutar do amor da minha sogra e do meu sogro e descansar mais um pouquinho). Deixe-me dizer o que obviamente você, se não me conhece pessoalmente, já deve ter notado: sou uma cristã convicta.  Minha convicção é devocional, testemunhal e intelectual, mas acima de tudo é fruto das experiencias que me marcam desde a infância.

Por essa razão, gosto de literatura cristã seletivamente. Não aprecio aquela de auto-ajuda que nos faz pensar que somos heróis que só precisam pensar positivo.Leio também livros seculares, mas gosto de autores que me fazem refletir ou discutir com eles ou que até mesmo apontam as lacunas e sulcos na minha fé. Um bom livro é uma boa companhia; o único defeito hoje é a caneca de chá não ser das folhas de canela colhidas do quintal da sogra que tanto me mima ...mas eu chego lá!!! 

Bom, vamos ao nosso ponto e deixemos de devaneios. Estou lendo um livro do C.H. Spurgeon muito legal sobre como falar de nossa fé às crianças. Em português, ele foi publicado pela Shedd Publicações e se chama Pescadores de Crianças- Orientação prática para falar de Jesus às crianças. Já que não posso compartilhar de trechos longos da obra, por respeito a restrições e direitos autorais, vou dividir algumas citações que espero que sejam uma boa reflexão para vosso sábado!
Lá vai, então!
***
Você pensa chegar a Jesus subindo a escada do saber? Desça; você se encontrará com ele ao pé dela. Pensa alcançar Jesus subindo o morro ingreme da experiência? Desça, meu caro escalador;ele está na planicie (...) Ele não pede de você a não ser que não seja nada, e que ele possa ser tudo em tudo para você.
(P.18)
***
Uma criança recebe o evangelho com humildade, com fé simples e com desapego às coisas mundanas. As crianças não nos são mostradas como um exemplo em todas as coisas, pois elas tem falta do que nós devemos evitar, mas são aqui louvadas pelo modo como recebem o reino. E como uma criança o recebe? Primeiro, com humildade.
(P.38)
***
 As coisas que são essenciais à salvação são tão simples que nenhuma criança precise desistir por desespero de não entender as coisas que contribuem para sua paz. Cristo crucificado não é um enigma para os sábios, e sim uma verdade simples para pessoas simples; sim, é carne para os homens, mas é também leite para os bebês.
(p.48)
***
O Salvador Bendito inverteu a situação e disse: Não diga que a criança não pode vir ao Mestre porque não é como o homem, mas saiba que você não pode vir até que voce seja como ela. Não há dificuldade no caminho da criança por ela não ser como você; a dificuldade está com você, que não é como a criança.
(p.49)
***

Que nenhum dos pais cristãos caia na ilusão de que a Escola Dominical vise aliviá-los de seus deveres pessoais. A condição primária e mais natural das coisas é que os pais cristãos eduquem suas próprias crianças no nutrimento e na admoestação do Senhor.
(p.61)
***
Eli não educou seus filhos para serem os servos dispostos e os ouvintes atentos  à palavra do Senhor. Nisso lhe faltava a desculpa de ser incapaz, porque treinou a criança Samuel com bom êxito em ser reverente e atento à vontade divina. Ah, que aqueles que são diligentes com as almas de outros olhassem bem as suas própias famílias. (p.75)
***
(...) Muitas pessoas têm todas as marcas externas da piedade, todo o lado de fora da piedade; a essas pessoas chamamos de religiosos, mas elas não têm  o pensamento certo com respeito a Deus. Pensam sobre seu lugar no culto , seu domingo, seus livros, mas nada sobre Deus. Quem não respeita Deus, nem ora a Deus, nem ama a Deus é uma pessoa ímpia, qualquer que seja sua religião externa. Trabalhe para ensinar as crianças a ter sempre um olho voltado para Deus (...) (p.86).

Então? O que vo pensa sobre as citações acima? Não é uma boa companhia numa manhã de sábado? 

quarta-feira, 3 de julho de 2013

Doutrinação ou instrução? O que há em nossas escolas?


Tenho refletido bastante sobre certas coisas que me parecem confusas. Minha formação academica e pessoal anda longe dos que elaboram, interpretam e fazem cumprir as leis, mas como cidadã que sou, há coisas que gostaria que alguém me explicasse. Vamos ao meu questionamento: Qual o papel do Estado e das diversas instituições no processo de desenvolvimento social, afetivo e moral de nossas familias? Este papel tem algum limite na atual conjuntura e tendencia ideologica?

Talvez você pense que este é um tema de pouca importancia, especialmente por ser este um blog sobre maternidade, mas há temas como esse, que têm um teor politico, mas interferem diretamente no nosso direito de criar nossos filhos dentro da gama de valores que desejamos, ou melhor, dentro de nossas convicções como pais.

Uma das coisas que me incomoda fortemente é que cada dia mais as instituições sociais, através de suas organizações, têm invadido o espaço familiar produzindo uma sociedade que esmaga as diferenças e singularidades na educação de nossas crianças em nome de uma atitude protetiva. Deixe-me explicar o que tento expressar. Hoje, no tempo do politicamente correto, nossos filhos são instruídos sobre a vida, nas escolas por exemplo, a partir de escolhas ideológicas que desconhecemos.   O professor que se diz mediador, não é um mediador que respeita e ensina seus alunos a respeitarem os principios que as crianças trazem de casa, desde que não causem males à integridade propria e do outro. São pregadores entusiasmados de suas ideologias importadas, muitas vezes sem uma leitura apurada sobre o assunto e que jogam no ostracismo aqueles que vivem sobre uma diferente forma ou padrão. Mediação, se torna muitas vezes desculpa para coisas que fariam Piaget e Vygotsky estremecerem em suas catacumbas se isso fosse possivel. O pior é que essa gente nunca leu sequer um livro de tais autores mas os assume como fonte de inspiração e apoio para suas sandices intelectualoides. Até os livros escolares são muitas vezes escolhidos sobre um prisma reprodutor de uma ideologia politica sobre a qual imperou a ideologia do planejador e não uma escolha ampla e instrutiva.

No tempo em que ensinei em uma universidade pública, era constantemente interpelada por meus alunos que pontuavam minha atitude de tentar abordar as temàticas propostas nas disciplinas respeitando as diferentes visões teóricas sobre o assunto, sem doutrinar meus lunos nesta ou naquela teoria. Quando faltava-me competencia, corria atrás de um convidado. Não, não estou falando de neutralidade. Estou falando de não trocar um papel instrutivo por um doutrinário. Se há na escola de meu filho uma escolha filosofica, quero saber qual é!!! Que diversidade é essa conseguida na marra da doutrinação! O pior é que o que estou chamando de doutrinação é muitas vezes resultante de uma postura quase dogmática de alguém que sequer se deu ao trabalho de conhecer a fundo as idéias que defende. São criticos do cristianismo que sequer conhecem as divisões e diferentes visões históricas que certos grupos têm, mesmo estando sobre a mesma nomenclatura ou que sequer conhecem as ferramentas contextuais que permitem uma leitura histórica deste ou aquele movimento. São Paulofreireanos que sequer leram as obras de Paulo Freire pra poderem se posicionar. São humanistas, socialistas, e todos os istas...mas apenas repetem palavras e frases de efeito vindas de leituras terceirizadas, sem a menor responsabilidade com seus interlocutores e selecionando chavões de sua cultura de leitura fastfood. Obviamente, que se você se matricula ou matricula seu filho num ambiente que define um perfil filosofico ou que mesmo se intitula uma instituição fiel a uma crença, tudo bem! Se voce vai estudar num seminário católico, você inevitavelmente escolheu uma educação dogmática, que não lhe impedirá de pensar, mas partirá da premissa de que você entende que há pressupostos previamente assumidos.

Um outro aspecto sobre o qual gostaria de comentar é essa idéia de esvaziar nossas casas, enquanto espaços de desenvolvimento de pessoas. Hoje, tudo tem que ser ensinado fora do lar, sem que haja uma discussão previa com os pais ou mesmo um entendimento e discussão que defina qual o papel da familia e das instituições sociais.  Mais uma vez, tudo parece muito inviezado em direções politicamente definidas. As escolas que cada dia mais cedo querem promover educação sexual e não entendem, por exemplo, que isto não é ensino de soma ou subtração. Há, em nossa sociedade, diferentes matrizes morais e culturais que precisam ser respeitadas. Eu por exemplo, não quero que meu filho aprenda que uma relação sexual é como comer uma maça, em que você sacia um desejo ou vontade e desde que não adoeça fisicamente está tudo bem. Não quero também que a fé abraçada por minha familia seja desrespeitada porque o professor A,B ou C resolveu assediar moralmente o meu filho em nome do imperio de sua opinião....oi Freirianos...isso é educação bancaria?! Isso é libertar da opressão ou é impor a crianças e adolescentes em formação uma forma pessoal de ver a vida?! Olha os famosos opressores debaixo dos vossos narizes!!!

Não estou dizendo que um professor não possa dar sua opinião sobre temas, mas que não use a sala de aula pra trocar educação por doutrinação. Se querem doutrinar pessoas abram suas igrejas pessoais e apregoem na porta seus dogmas. Pelo menos quem entrar lá, se tiver a possibilidade do entendimento da vossa fala atravessada de termos próprios terá a condição de decidir se quer abraçar a fé que pregais!