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sábado, 10 de maio de 2014

Homenagem de Adjair Alves à sua mãe

Mais uma vez uma linda homenagem. Desta vez recebi de meu tio Adjair Alves uma linda homenagem à minha vovó paterna Maria Nelsina, nossa querida! Vovó é uma das pessoas mais marcantes na minha infância. Vamos deixar seu filho falar dela! Segue, abaixo, o texto enviado:


Minha mãe é uma mulher simples; traz consigo a rudeza de uma trabalhadora da Região da Mata Norte de Pernambuco, onde crescera, casara e se tornara mãe de família. Sua rudeza estava na simplicidade da vida humilde de uma mulher interiorana, não no caráter; na forma como criara os filhos. Sabia ser firme sem, contudo, ser desafetuosa. Devo a ela a firmeza de caráter moral e cristão que tenho! Nosso pai, preocupado, excessivamente com a manutenção da honra de seu nome, imprimiu em nosso caráter social, uma rigidez moral de comportamento. Para ele, o que importava era o “nome” e, para isso, imprimira aos filhos uma forma rígida de criação. Minha mãe era o tempero que equilibrava nossa personalidade de meu pai; sempre preocupada em que fossemos firmes de caráter, mas sem perder a ternura. Trago em minha formação, muito mais de sua influência, que a do meu pai. Devo a ela o gosto pela leitura e a vontade de estudar; ter uma profissão qualificada. Minha proximidade com as Escrituras Sagradas (Bíblia) é resultante das tantas vezes que ela lia, incansavelmente, sempre à mesa, capítulos inteiros das Escrituras; como a querer alimentar a vida espiritual dos filhos, após ter alimentado seus corpos. Cuidadosa da educação dos filhos, ela mesma não teria tido tantas chances na vida, pois havia estudado não mais que o Admissão (correspondente ao quinto ano da Educação Básica). Via na educação a possibilidade de mudança social; queria que tivéssemos uma vida econômica diferente daquela que ela mesma não pode nos facultar. Assim ela procurou desenvolver em cada filho, a percepção da importância da escola, na garantia de um futuro melhor. Para ela todos teriam seguido em sua jornada escolar, para a qual, ela não estabelecia meta, apenas insistia para que cada um, ao seu tempo, prosseguisse sua caminhada. Quando percebia que um de meus irmãos “não queria nada”, como se dizia naquela época com os garotos que não davam muita importância aos estudos regulares, ela tratou de matricula-lo no SENAI, pois, dizia: “ao menos terás uma profissão”. Lembro que quando terminei o primário, como era chamada a primeira fase do Ensino Básico, àquela época 1971, minha mãe, incansavelmente, percorreu todos os recantos da cidade do Recife para encontrar vaga em uma escola pública para que eu pudesse dá continuidade aos meus estudos. Naquela época, já havíamos passado por uma reforma na organização da escola básica, onde o antigo exame de Admissão teria sido extinto e o antigo curso Ginasial, passara a ser chamado de Ensino Fundamental II (de quinta a oitava série). Ela tinha essa preocupação com todos. Evidentemente que nem todos seguiram o mesmo caminho, muitas vezes, em virtude das cobranças que meu pai costumava a fazer aos meus irmãos mais velhos, pois, como dizia ele: “não vou sustentar filhos homens, vagabundando, dentro de casa. Portanto, cuidem em arrumar trabalho!” Dado à relação difícil com papai, cada um de nós, filhos, tivemos que buscar resolver a situação ao modo como cada um entendia ser mais apropriado, dificultando a caminhada em direção à conclusão de sua escolaridade. Contudo, essa rudeza de nosso pai, não arrefecia o espírito nem a persistência de mamãe, quanto ao fato de que era necessário insistir na continuidade e complementaridade de nossa formação escolar; ela tinha essa preocupação com o futuro dos filhos e sempre lutou por nossa formação; seja escolar, seja profissional. Eu sou um fruto de sua insistência, de modo que devoto a ela, o homem que sou hoje! Assim, nesse dia das mães, expresso minha gratidão a Deus me deu uma mãe, por quem tenho muito carinho; não sei o que seria se não fosse sua vontade e incansável força, em fazer de cada um de nós, seus filhos, o que somos hoje. Amo-te!

2 comentários:

  1. muito verdadeiro esse comentario,
    Nelsina é minha sogra e também devoto a ela todo carinho e admiração.
    lhe felicito cunhado pelas palavras.

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